quinta-feira, 8 de março de 2012

Pq esse "MEDO" ao Sacerdote???

Eis uma enquete postada nas redes sociais, entitulada PQ ESSE MEDO AO SACERDOTE? Segundo a autora, seu objetivo é proposto com as seguintes palavras: "Faces, essa pergunta é uma das que surgem qdo estamos diante de um Sacerdote, seja ele quem for! A Razão do princípio: pq a maioria do povo fala: 'q nada Padre é isso e isso, ñ tenho medo', mas qdo realmente estamos próximos a eles sentimos esse "medo"!! E dps ficamos encucados, poxa ele é um sacerdote de Cristo, enviado para nos conduzir ao Céu e pq temos esse medo em falar, confessar, pedir oração, rezar, partilhar, convidar, etc???? Eis a questão pro povo responder, A voz do Povo é a voz de Deus!!"(Windila Santana).
A mesma solicitou que seus amigos no Facebook votasse na enquete, compartilhasse, comentasse.
Eu não iria me manifestar, mas já que a autora desta enquete solicitou minha participação. Então vamos lá! Me desculpe a sinceridade, mas vivemos numa realidade de liberdade de expressão, por isso, exponho a minha.
A priori é uma enquete sem sentido, fruto da mentalidade de uma sociedade secularizada, a mesma enquete não edifica em nada a vida do cristão católico, pelo contrário, intrísicamente causa questionamentos medonhos sobre a bela figura exercida pelo sacerdote. Mas esta, torna-se interessante ao ponto de podermos refletir sobre a mesma, para isso é interessante conhecer um pouco mais sobre que é ser sacerdote e saber o que de fato é motivo de medo entre as pessoas! Não é necessário ser teólogo, para entender a significância que o sacerdote tem, o seu papel em meio à Igreja de Cristo, sendo um homem de Deus, é de grande admiração. Ser padre é a mais linda vocação que existe, pois este foi escolhido para ser inteiramente de Cristo, a escolha é de Deus, e o seu chamado não se discute. O padre é o representante de Cristo na Terra, este é configurado a ter a mesmas ações de Jesus em meio aos homens, é o Bom Pastor, que acolhe, protege, cuida, ama incondicionalmente suas ovelhas. O padre é o mediador entre o humano e o divino, é portador das bençãos de Deus. Ele é um homem de oração, alguém capaz de viver na solidão, para que na maturidade encontre a si próprio e vá ao encontro dos demais, guiando-os a Deus. Sua presença causa alegria, conforto, acolhida, santificação. Ora, como ainda temer ao sacerdote?
A enquete questiona sobre o medo que a figura do sacerdote causa em algumas pessoas, mas será que de fato é o sacerdote que causa medo? Ou é o medo de se encontrar consigo mesmo e com Deus e se mostar tal como se é, imundo pelo pecado? Somente um sacerdote é capaz de conhecer o homem por dentro, claro se este o permitir, e torná-lo por meio da graça de Deus, limpo através do sacramento da reconciliação. Mas o que vem a tona sobre o medo que algumas pessoas tem de se aproximar do presbítero e pode ajudar a explicar a referida questão, é o papel paterno que o padre possui, padre quer dizer pai. Psicologicamente muitos são afetados pela figura de um pai cruel, grosseiro, que condena. Logo canaliza a relação conturbada que se tem com o pai para o sacerdote. Que equívoco absurdo!( Não estou aqui de modo alienado,  sei que a personalidade de certos padres, às vezes autoritária, arrogante, exigente pastoralmente, contribui para o surgimento deste possível medo, mas é somente fragilidade humana que não nos cabe julgar, afinal os padres não são seres perfeitos).
Ainda, de um ponto profundo, este medo é reflexo da relação que o homem (filho) tem com Deus (Pai). Somente tem medo do sacerdote, que tem medo de fazer a experiência maravilhosa com o amor de Deus misericordioso. Os que despediçam seu tempo em afirmar que a figura do sacerdote causa medo, me desculpe, perdem a oportunidade de estarem mais próximos do PAI misericordioso, tal qual cena do filho pródigo, que vive a estar de braços abertos para nos acolher sempre que fugimos de casa. O pai da clássica parábola preparou o melhor para o seu filho quando este voltou para casa, uma grande festa. Já o sacerdote também nos dá também uma grande festa! Ainda nos lava do pecado, dirige aquela palavra certa na hora certa, nos abraça, nos veste da melhor vestimenta que é a de Cristo, prepara um grande banquete, e nos convida para cear consigo, ou minto quando esta grande festa a que me refiro é a Santa Missa? Ah, não é justificável este medo como atitude de respeito, seria como interpretar de modo errôneo o temor que deve-se ter por Deus. Devemos sim, ter medo do pecado, do Satanás e de suas horrendas obras. Mas do sacerdote, jamais. Peçamos a Deus a purificação de nossa mente e a santificação de nosso coração.
Precisamos olhar no sacerdote não como a figura de um homem comum, de um artista, de um chefe de estado, mas sim, como a figura do Cristo, o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas! Rezemos para que Deus nos dê sempre bons e santos Padres, segundo o seu Coração: “A promessa do Senhor suscita no coração da Igreja a oração, a súplica ardente e confiante no amor do Pai de que, tal como mandou Jesus o Bom Pastor, os Apóstolos, os seus sucessores, e uma multidão inumerável de presbíteros, assim continue a manifestar aos homens de hoje a sua fidelidade e a sua bondade” (Pastores Dabo Vobis, n°82).
                                       (Texto escrito por Dhiego Guimarães)

Você acha que a Igreja Católica deveria voltar a celebrar a missa, de modo que o Padre voltasse para o altar e ficasse de costas para o povo, ou seja, "Ad Orientem ou Versus Deum"?

(Esta não é uma resposta aprofundada e detalhada, mas para isto basta que consultemos algumas obras e textos referentes ao assunto para tirarmos nossas conclusões. Logo entenderemos melhor! Não é um estudo de caso, ou verdade absoluta, apenas uma opinião).

Somos o povo que caminho rumo à terra prometida, a Jerusalém Celeste. Moisés ia à frente do povo a guiá-lo, o mesmo papel é desempenhado pelo sacerdote que nos conduz ao Céu, sendo ele também conduzido. Ora, se somos uma Igreja que marcha rumo ao céu, por que o capitão que segue à frente deveria marchar de costas? Ao contrário do que muitos pensam, esta atitude não seria voltar no tempo, ou o sacerdote durante a celebração ter os ollhos VOLTADOS para Jesus Cristo é um retrocesso? Ele não celebra de costas para o povo, mas assim como o povo, voltado para o Cristo, mesmo sendo configurado a Ele.

Ao contrário do que pensa nossa sociedade "religiosa" secularizada, a proposta de renovação litúrgica do Concílio Vaticano II nunca foi de que o presidente da celebração estivesse de frente para o povo, isto fora somente uma adptação pastoral frustrada. A atenção, o centro, a direção do culto religioso deixou de ser o Cristo, para ser o sacerdote. OU NÃO? Aqui menciono também que o sacrário em nome de razões pastorais ou estética do templo passou a ficar do lado do altar ou então em uma "capelinha" à parte. Deixando Cristo ficar esquecido cada vez mais, nem sequer para ouvirem a João Batista: "que Ele cresça e eu diminua", ou assim como o Parlamento tenta retirar o crucificado de locais públicos, também se tenta  retirar o crucificado do centro das igrejas. Para contornar a situação. um crucifixo é posto à mesa do altar, pois muitos sacerdotes entenderam ou tentam recordar que o centro da celebração deve ser o Cristo e não a mesma celebração ser um show de auto promoção.
Não estou repugnando as mudanças significativas do Concílio Vaticano II sobre a Liturgia, as verdadeiras mudanças contribuiram para uma melhor celebração da Eucaristia. Mas este modo antigo de celebrar, onde de fato, todos celebram (aqui destaco que o presbítero -sacerdócio ministerial- tem o exercício de presidir a celebração e todos os fiéis -sacerdócio comum- são também celebrantes) perdurou por séculos na Igreja e o povo tinha fé convicta e inabalável como a rocha, hoje, em nome de uma melhor participação na liturgia, somente há cinquenta anos de um concílio que ainda está em adaptação, percebemos o relativismo que foi dada à fé, e olhe que era para melhorar a quantidade e a qualidade dos fiéis. 

Tal modo de celebrar jamais foi banido da vida da Igreja, alguns sacerdotes quando celebram sozinhos ou com um pequeno grupo de fiéis ainda o faz desta maneira. Como dizia o salmista: "Nossos olhos precisam estar fitos no Senhor", e aqui acrescento, todos os olhos precisam estar voltados para o Senhor Crucificado. Não condenemos como retrocesso, mas apenas reflitamos sobre este belo SIGNIFICADO no modo de celebrar. Adentremos na ritualidade profunda, e não apenas no ritual superficial. Mais que estudar sobre liturgia, pois é preciso para compreendê-la melhor, a celebremos em nossa vida de fé. O altar não é palco, a assembléia não é platéia, o padre não é artista. A Igreja que se reúne para celebrar, é a prefiguração da Igreja Celeste. Lembremos: Marchamos para lá!  Para mais o Papa Bento XVI oficializou um documento que este modo de celebrar nunca foi suspenso e ainda diz: " O sacerdote virado para o povo dá à comunidade o aspecto de um todo fechado sobre si mesmo. Sua postura não é mais aberta para frente e para cima, mas fechada em si mesma.” Celebremos o Cristo, se pensarmos assim, chegaremos mais fácil até Ele.
                         (Texto escrito por Dhiego Guimarães)