segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CATEDRAL METROPOLITANA DE ARACAJU: PATRIMÔNIO DOS SERGIPANOS EM MAIS DE UM SÉCULO DE HISTÓRIA.

“Imaculada, Maria de Deus, Coração pobre acolhendo Jesus. Imaculada, Maria do Povo, Mãe dos aflitos que estão junto à Cruz...” Há mais de 150 anos, eis o hino entoado pelos fiéis católicos na imponente Catedral Metropolitana de Aracaju, monumento tangível, que não somente retrata em seu ambiente as manifestações de fé do povo católico, como também evoca na memória, uma história local. Criando assim, uma identidade cultural precisa e despertando para a consciência que preservar, conservar, manter, é salvaguardar nosso patrimônio espiritual e político-cultural para as futuras gerações.  Em mais de um século de história, muitas foram as significações em que a Igreja de Aracaju teve a oferecer para a sociedade sergipana, visto que Sergipe nasceu e cresceu com a presença da mesma.

Em pleno século XXI, em que as informações nos chegam rapidamente ao mesmo tempo em que se vão, evocar o passado, realidade de ausências, nada mais é do que tornar presente e perpetuar para as futuras gerações a realidade da centenária catedral, como patrimônio ofertado a todo Sergipe. Patrimônio na Antiguidade, precisamente na Grécia Antiga, denotava herança deixada pelo pai. Hoje em dia, possui carga semântica similar que, empregado aos bens culturais e em especial à Catedral Metropolitana é um legado, uma dádiva de Deus Pai deixado para os católicos e para a população sergipana.

 A história da Catedral de Aracaju se confunde com a realidade das demais construções religiosas inseridas no surgimento das cidades. O insuspeito escritor Viriato Correia diz que: “não há, talvez, país que tenha, como o Brasil, a sua vida intimamente ligada às batinas e aos hábitos. A formação da nossa nacionalidade, começa à sombra das virtudes cristãs dos padres, primeiros pedreiros do monumento da vida nacional”. De fato assim é.  Há um tal, entrelaçamento entre a história da sociedade e a história da Igreja, que não se pode separar uma da outra sem mutilação. Quando não foram as primeiras casas que se levantaram ao lado das capelinhas, foram estas que se levantaram ao lado daquelas. Esta é a história de quase todas as cidades brasileiras, muitas das quais cresceram e se desenvolveram como São Paulo, que cada dia se levanta por entre esplendores das suas vitórias e da grandeza do seu progresso, numa demonstração inequívoca do maior trinfo cultural e econômico do Brasil, senão da América do Sul. Do mesmo modo, não poderia ter sido diferente com a próspera “terra dos cajueiros”.

Quando foi criada a cidade de Aracaju, a nova Capital de Sergipe Del’ Rei, já existia nas praias, entre os mangues, lagoas e córregos da Capital, a presença da Igreja. Até porque está já vinha atuando na antiga capital, São Cristovão e em outras cidades oriundas das missões jesuíticas. Segundo o Monsenhor Carvalho: “A presença participativa da Igreja Católica na história da comunidade sergipana e, em particular, da cidade de Aracaju, fundada por Inácio Joaquim Barbosa para, desde o dia 17 de março de 1855, ser a Capital do Estado de Sergipe, foi e é de fundamental importância”. Com a proposta do levantamento dos primeiros prédios públicos, para instalação da nova Capital do nosso Estado, no ano de 1855, foi também marcado o local para sua primeira Igreja, conhecida hoje, como Igreja de São Salvador, localizada no calçadão da rua Laranjeiras com São Cristovão. Com a oficialização, em 17 de março de 1855 da fundação da cidade com sua consequente e imediata elevação à categoria de Capital de Sergipe, intensificou-se a participação da Igreja Católica na vida da recém-criada capital. Esta participação desenvolveu-se e ainda se desenvolve em duas dimensões: uma estreitamente espiritual e outra, mais perceptível, de caráter político-cultural.

Para júbilo dos cristãos católicos, no dia 22 de maio de 1856 foi festivamente batida a primeira pedra da futura matriz da nova capital sergipana, cuja obra esteve a cargo do engenheiro Coronel Francisco Pereira da Silva. Relatos revelam que, em virtude da urgência no levantamento da referida igreja, foi alterada a sua primeira planta, admitindo-se um plano mais leve e rápido para atender às necessidades religiosas e urgentes da população da nova Capital, “até que as circunstâncias permitissem edificar-se uma matriz correspondente à importância que breve teria a capital da Província”.

A Catedral Metropolitana de Aracaju localizada no Parque Teófilo Dantas, no centro da cidade, é um dos mais significativos monumentos da arquitetura religiosa de Aracaju.  A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição foi construída em 1862, mas só foi inaugurada em 22 de dezembro de 1875. Sendo que, teve sua obra interrompida por algum tempo, devido a morte do fundador da nova capital, Ignácio Joaquim Barbosa, e pela epidemia de cólera que dizimou centenas de cidadãos na mesma época. Tornou-se Catedral em três de janeiro de 1910, quando foi elevada à categoria de Diocese. (Pois, esmiuçando a palavra catedral deriva do latim cátedra, que significa sede do bispo, cadeira de onde é assistido o culto religioso e de onde é governada a diocese.) Para facilitar as necessidades pastorais e melhor exercer o aprimoramento do trabalho de evangelização católica e de formação humana que já vinha sendo feito em Sergipe, o Papa Pio X, através da bula Divina Disponente Clementia, de 03 de janeiro de 1910, desmembrou da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, a Igreja que estava na província de Sergipe Del’Rei, transformando-a em Diocese que abrangia todo o Estado de Sergipe. Sua instalação se deu no dia 04 de dezembro de 1911, com a posse solene do seu 1º bispo, Dom José Thomaz Gomes da Silva. De fato, com a instalação da Diocese e posse do 1º bispo de Aracaju, a presença da Igreja na história de Aracaju e de Sergipe tornou-se cada vez mais efetiva. Sendo que, é importante ressaltar que a Igreja Católica local teve grande contribuição para o desenvolvimento da capital sergipana nos aspectos culturais, sociais, intelectuais etc. Cinquenta anos mais tarde, a mesma passara à categoria de Arquidiocese, com a criação e em sintonia com as Dioceses de Estância e Propriá.

A sede católica dos fiéis de Aracaju, o velho templo, a antiga matriz da Imaculada Conceição, elevada à categoria de Catedral com a criação e instalação da Diocese de Aracaju, não estava condizente com o progresso da cidade, tampouco com o título de catedral, com isto, a comunidade católica de local desejava vê-la adaptada às novas condições da Capital. Seria necessário adaptá-la aos novos tempos da época. Era necessário reformá-la em um imponente templo, aprimorando sua beleza arquitetônica e artística remetida em seu estilo gótico.  Historiadores encontraram em documentações precisas a informação de que a edificação, que é símbolo histórico da capital e de bela arquitetura, é falha. Como foi atestada segundo o relatório do Dr. José Bento apresentado em setembro de 1872, à assembléia provincial, onde encontra-se a seguinte referência: “A matriz da capital nunca será um templo perfeito, a sua planta é de mau gosto, contém defeitos de arquitetura que não se podem mais corrigir, faltando-lhe sobretudo as acomodações exigidas pelas necessidades de culto, são defeitos tão salientes  que não escapam ao olho menos observador”. A necessidade de melhor embelezá-la se fez mister tanto pelo seu significado, como para constituir-se o centro das atenções de quantos visitam a bela e acolhedora capital, aderindo a uma fascinante impressão do povo aracajuano. E eis que, dentre os “Padres de Dom José”, como assim eram conhecidos, surge o culto e corajoso Mons. Carlos Camélio Costa, membro do Cabido Diocesano, da Academia Sergipana de Letras e um dos seus fundadores. Tendo sido nomeado Pároco da Catedral, recebe a permissão, a bênção e a confiança de seu bispo, Dom José Thomaz, para iniciar as obras de restauração, ou melhor, quase reconstrução da igreja. Foram 10 anos interruptos de trabalhos.

Para melhor vislumbrar os que frequentaram ou frequentam o templo, como também quem se dedica a apreciação de belas artes e encontra no belo a presença de Deus, a Catedral Metropolitana foi enfeitada e embelezada com uma decoração que está estreitamente ligada aos elementos marcantes do neoclassicismo ( que é, a arte que busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, bases da criação na Antiguidade) e do gótico (que expressa-se, sobretudo, na arquitetura, à qual determina as demais artes; sendo que a pintura e a escultura são apenas complementos decorativos). Em seus arcos orgivais bem delineados e com expessura marcante, que carrega em si a simbologia teológica que aponta para o alto, e que ao mesmo tempo é canal de ligação entre o céu e a terra, expressando a certeza de uma vida terrena que não cessa de fazer experiência com o Transcendente.

Sua cúpula é ornada de belíssimas pinturas do século passado, pois o imponente edifício com seu estilo neo-gótico, como conhecemos hoje, nem sempre foi deste modo. Foi no início do século XX que artistas italianos vieram da Bahia para reformá-la e dar o aspecto que atualmente é apresentada, dentre eles estava Orestes Gatti (artista italiano, nascido em 1840, chegou a Aracaju como integrante da “missão italiana” em 1918, no governo de Pereira Lobo, para a programação das comemorações do Centenário da Independência de Sergipe em 1920. Foi responsável pela pintura do interior da Catedral Metropolitana de Aracaju e da Catedral de Estância-SE). Internamente, precisamente na nave central, para fascínio dos frequentadores da mesma, a sua pintura é em estilo “trompe l’oeil” que dá um efeito de relevo ao jogar com perspectivas luz e sombra. Acima do altar principal, havia uma pintura do sergipano Horácio Hora, dedicada à Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Aracaju, e a quem a igreja está consagrada, ainda a mesma pintura já esteve no teto e hoje, se encontra exposta na sacristia do templo, foi considerada pela crítica artística do pintor como a pior de todas as suas obras, mas mesmo assim possui uma peculiar beleza. No seu interior, precisamente no coro, há o órgão de tubos, que hoje está desativado, o seu som era algo indescritível. A cúpula das torres é revestida de pedrinhas e conchas do mar, para remeter à regionalidade local, visto que Aracaju é uma cidade litorânea. Em São Paulo, há uma cidade cuja igreja reproduz a nossa catedral, inclusive com as conchas na torre. Ainda a capela lateral, conhecida como capela do Santíssimo, possui um lindo trabalho em ferro na grade. Sem mencionar os sinos que com o passar do tempo foram substituídos por som eletrônico que também funciona como relógio, causando entre as pessoas que convivem e trabalham nas mediações do templo fundamental importância para a demarcação do horário.

Atualmente, é considerada um dos mais belos pontos turísticos de Aracaju. Os turistas católicos e até não católicos, que visitam Aracaju, têm como referencial da fé da gente aracajuana a adequada localização e a imponência da bela Igreja Catedral. Foi tombada pelo decreto de número 6819, de 28 de janeiro de 1985 pelo Patrimônio Histórico Estadual. Na época, a seleção e necessidade de proteção do bem patrimonial do prédio da Catedral Metropolitana de Aracaju se deu, mediante a importância da ação da Igreja Católica para o desenvolvimento direto e eficaz da capital sergipana, no que diz respeito ao campo não só religioso, como também as demais contribuições da mesma. Vale a pena destacar em síntese, algumas das contribuições da Igreja para a História de Aracaju e por que não dizer, do povo sergipano. São elas: fundação da Academia Sergipana de Letras; os beneméritos padres salesianos fundaram o Colégio Salesiano Nª. Srª. Auxiliadora; foi construído e instalado na Praça Tobias Barreto em Aracaju, o Colégio Patrocínio de São José; instalação do Seminário, o grande precursor do ensino superior em Sergipe; criação do Colégio Arquidiocesano e do Instituto Dom Fernando Gomes; fundação do SAME (asilo dos idosos carentes); Instalação da faculdade de Filosofia e Serviço Social, posteriormente, foi decisiva para a criação da Universidade Federal de Sergipe; fundação do Hospital São José; construção da Casa da Doméstica,  Creche Dom Távora e Rádio Cultura de Sergipe; criação do Museu de Arte Sacra de Sergipe, entre outros mais variados contributos.

A Catedral de Aracaju é local de grandes manifestações artísticas e culturais, além de conservar as obras do renomado artista sergipano Horácio Hora, também serviu de espaço para as apresentações do coral da Sofise e até hoje, outros grupos musicais apresentam seus concertos, a exemplo da orquestra Sinfônica de Sergipe. Atualmente propõe-se a execução de uma restauração para a mesma, a fim de que, o imponente prédio histórico, artístico e religioso, seja preservado para as futuras gerações e continue servindo como atrativo cultural e turístico na capital sergipana.

Hoje, passados todos estes anos, somos testemunhas do progresso da Igreja Católica em Sergipe e herdeiros de uma maravilhosa construção arquitetônica, que é o prédio da Catedral. É preciso salvaguardar não somente o prédio de “pedra e cal” revestido de bela arquitetura e pintura, mas pela sua importância que teve e ainda tem para a história dos aracajuanos. O ano de 2011, Ano Jubilar da Arquidiocese de Aracaju, nos remete ao reconhecimento, como forma gratidão às inúmeras pessoas muito especiais que registraram sua presença na edificação do templo não só material como também espiritual. Bispos, arcebispos, padres, religiosas e leigos que, no anonimato ou não, foram protagonistas desta espetacular história. Interessante é saber que fomos atores e expectadores de tão preciosa recordação. Em todos estes anos, quantas lutas e labutas, lágrimas e risos... permearam nossas liturgias. Por mais de um século em solo sergipano, seja com a alegria por cada nascimento, batizado, chegada de alguém e também de saudade pela partida dos que se foram, eis nossas preces e louvações. Desde o projeto arquitetônico, construção, reforma, dedicação do templo e altar, tombamento, seja com o primeiro ou o atual sacerdote, a presença de Deus e a proteção da Imaculada sempre se fizeram presentes. Eis-nos diante de uma celebração, de uma ação de graças, de uma bela História, e o melhor desta patrimonialidade em festa é que, ela é nossa.

                                                          (Texto escrito por Dhiego Guimarães)

sábado, 15 de outubro de 2011

Oração de Agradecimento pela Arte de Educar e Ensinar.



Senhor, pedir revela nossa carência, mas agradecer manifesta a grandeza do nosso coração e a visão ampla que temos da vida enquanto dom, vindo de Ti. Nós te agradecemos por ao longo deste semestre, iluminar nossa inteligência e fazer-nos aptos para acolher todo e qualquer ensinamento que venha edificar nosso viver.
Vós, fizestes realizar cada aula como uma oração agradável a Ti. Fomos assíduos ao Teu amor infinito e incondicional. Transformaste a informação em formação de vida. Abristes nossos olhos para aprendermos com nosso próximo o sentido da caridade, da humildade, do bem viver; Nossos ouvidos para estarem atentos aos ensinamentos do professor; Nossa mente para aumentar nosso conhecimento acadêmico.
Ensina-nos nesta eterna escola da vida a sempre agradecer-vos. O português é uma língua que ensina a dizer obrigado. Quando dizemos isto, nem sempre nos damos conta da seriedade e significado que estão contidas nesta palavra. A gratidão é nossa eterna dívida e sermos gratos é uma ato de amor, de aprendizado constante.
Abençoai nosso professor, para que jamais lhe falte a sabedoria na arte de ensinar. Juntamente com todo o corpo docente desta instituição de ensino. Como também ao corpo discente, que como discípulos aprendem do mestre , e aplicam seus ensinamentos para a vida.
Importante na escola não é só estudar, não é só ensinar, é também criar laços de amizade. Somos amigos eternos. A escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como tal.
Que a Virgem Maria, Mãe e Mestra, a grande educadora da fé, nos ensine nesta escola da vida, a rever nossos erros e se alegrar pelos acertos. Enfim, a estar sempre instruídos nos ensinamentos de seu filho Jesus. Assim seja!
                                                     (Texto escrito por Dhiego Guimarães)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011


A primavera chegou, um novo tempo... Louvado seja meu Senhor por todas as suas criaturas!!! Dá-me a graça de viver bem este tempo de felicidade, a cada estação sendo surpreendido pelo Amor incondicional do Deus da Paz! E que bom que há as estações da vida, cada uma com sua beleza, ou seus pesares, mas cheias de encantamentos, de vivências, de aprendizados, realizações....Enfeitai e alegrai com vossas flores nossas imperfeições, marginalizações, nosso mundo caótico interior.Seja bem-vinda com suas cores e aromas! Os passarinhos entusiasmados cantam, em louvor ao Criador!!! É primaveraaaaaa... alguns amores da minha vida desabrocharam neste tempo, dom da vida, dádiva de Deus!!!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O drama da Hotelaria: Como “mocinha” a camisinha, como vilão o Parlamento Nacional.


             

              “O Senado lavrou projeto de Lei que obriga hotéis a distribuir preservativos aos seus hóspedes”. Eis mais um capítulo da incompetência parlamentar que assola o desenvolvimento do país, em tempos do advento de grandes eventos a serem sediados na nação verde amarela.
            O episódio é atual e polêmico, o tal projeto de Lei, se outorgado pela então presidente Dilma Roussef entrará em vigor por todo o território brasileiro. O que ora se torna medida de combate a Aids e demais doenças sexualmente transmissíveis é um verdadeiro descaso com a atividade hoteleira. Pois hotéis não são motéis, estes sim, ficam reservados para encontros amorosos.
            A proposta emanada pela senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), propõe que os hotéis disponibilizem preservativos para os hóspedes. A proposta original obrigava apenas motéis e drive-ins, mas uma emenda apresentada pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) estendeu a obrigatoriedade a hotéis, pousadas, albergues e estabelecimentos do gênero. Com o intuito de atender a um pedido do Ministério da Saúde.
            Classificada como a terceira maior atividade comercial do mundo, a hotelaria aliada ao turismo tem finalidade muito mais abrangente. É utilitária para famílias à procura de descanso e lazer, a trabalhadores executivos distantes de seu nicho residencial, proporciona estada para chefes de negócios e representantes governamentais, entre outros. Oferecer preservativos a este público seria de grande constrangimento, tanto por parte de quem oferta quanto para quem recebe, visto que o mesmo público é dotado das mais variadas formações de conduta moral, cultural, social, religiosa, diversas realidades com seus respectivos valores.
            Generalizar hotéis a atividade sexual, é desqualificar o mercado da hospedagem, que está em apogeu contínuo com a chegada dos eventos esportivos e culturais a serem sediados no país. Distribuir preservativos é causar inconscientemente obrigatoriedade ao ato sexual ou intervir na liberdade amorosa do casal, onde muitos vê na castidade a maneira mais adequada de conduzir suas vidas.
            Enfim, combater a Aids é preciso. Mas da melhor forma possível, com conscientização e não com imposição. Vulgarizar hotéis é descuidar do turismo que tanto contribui para o desenvolvimento atuante de que necessitamos. Que o Brasil seja conhecido internacionalmente pelas belas mulatas, pelo samba no pé, pelo futebol, mas não pela libertinagem sexual.
                                                    (Texto escrito por: Diego Guimarães)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Bíblia: Palavra de Deus!



“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho”(Sl 119,115), assim já dizia o salmista, onde, é nesta certeza que pela Palavra de Deus, norteamos nossa existência humana, nosso intinerário de fé. Deixar-se guiar por ela é a proposta que nos é oferecida a cada instante. Fazer experiência da mesma, é ter a certeza do ser meramente humano tendo a capacidade de estar em profunda comunicação intíma e eficaz com aquele que é o Transcendente.
A mensagem da Escritura Sagrada possui um entusiasmo fascinante. Os que dedicam tempo a leitura, meditação e contemplação da mesma, encontram a alegria de poder estar na presença de Deus de modo pleno. Com uma mensagem atual e dinâmica, embora sendo o tesouro mais antigo da humanidade, a Bíblia é fonte de conversão para os apaixonados por ela. Seus escritos são motivações ao diálogo com Deus na oração,  é encontro de respostas para os problemas e questões existenciais da vida que assolam nossa esperança. Ela é guia para o céu, bússola que nos permite chegar mais perto de Deus. O Santo Livro gera frutos de santidade, evoca nos cristãos a certeza da predileção do amor de Deus Pai por nós.
Quando lemos as páginas dos textos sagrados, nos identificamos facilmente com o fascínio dos relatos nela contidos. Pois a mesma história do povo sofrido de Israel, é alusão da vida sofrida e sedenta de paz e justiça de nossa gente em tempos atuais. Desde o início da Bíblia até o seu fim, vemos a comunicação de Deus com seu povo. É encantador perceber no relato da criação a magnitude da voz do Senhor, onde pela Palavra todas as coisas são criadas e mantidas. Por meio de sua fala, Deus propõe uma Aliança com o homem ”feito à sua imagem e semelhança”. Pela escuta da Voz de Deus, o povo fora conduzido pelo deserto rumo a terra prometida, do mesmo modo, ela nos conduz ao céu. Os salmos, frutos da oração de Davi e Salomão, é o canto novo que fazemos todos os dias desde o nascer do sol até o seu ocaso. O mesmo Deus que outrora falara aos profetas, não cessa de falar ao nosso coração.
A Lei que foi dada a Moisés, se torna nossa “Torá” a reger nosso intinerário espiritual e é outorgada em nosso viver como nos afirma o profeta Jeremias, no cap.31: “É posta em nosso ser e inscrita no nosso coração”. No Novo Testamento temos a  plenificação de um plano salvífico executado por Deus, além disso, nos debruçamos nos ensinamentos de Cristo, o Verbo de Deus encarnado, e como consequência temos a mesma ousadia de Pedro para com Jesus: “A quem iremos nós Senhor, se somente Tu tens Palavra de vida eterna?”. A Palavra de Salvação ressoa em nós, sob o impulso do Espírito Santo de Deus, para que, assim como os primeiros apóstolos, possamos ter o ardente desejo de testemunhá-la e pregá-la em meio aos homens que não a conhecem.  Pois como nos salienta São Paulo em uma de suas cartas: “Viver e anunciar a Palavra de Deus é a nossa missão”.
A sagrada Escritura é revelação de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. Tendo Deus e o homem como verdadeiros autores. O Magistério da Igreja, expressa através da Dei Verbum: “Com efeito, nos Livros Sagrados o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala”. A Bíblia propicia alimento e força para a vida eclesial, pois a Igreja não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela realmente é: Palavra de Deus. Mencionando tal afirmação, é bom refletir que, hoje, a palavra humana tem mais sentido do que a palavra divina. Facilmente, damos mais credibilidade à palavra da imprensa, de sociólogos, pensadores, filósofos, historiadores, artistas e até de alguns padres que falam aquilo que gostamos de ouvir, enquanto, a Palavra de Deus que estudamos, discutimos, pregamos e servimo-nos, não nos estima a valorizá-la, evidenciá-la, vivê-la. Apenas fazemos uso da Bíblia, quando precisamos dela para uma citação, dificilmente nos propomos a querer aprender com ela e tirar lições daquilo que ela narra e ensina.
  O mundo em que vivemos está repleto de pregadores de palavras que escravizam, por que nós como discípulos missionários não temos a coragem de proclamar a Palavra que liberta e salva. Conhecemos de tudo, todas as informações nos é dada diariamente pelos meios de comunicação de massa, só desconhecemos a mensagem do Santo Livro.  Como apóstolos de Cristo, seremos desconhecedores da Palavra? Seremos profetas que fala ao povo com a Palavra de Deus, ou com a palavra alienante dos homens? Que sermões pregaremos ao povo? O nosso, cheio de palavras bonitas e de pura ideologia, ou o das palavras de Jesus? O Senhor ordena ao profeta Ezequiel 3,4 “...falai com minhas palavras!” Como faremos para pregar a Palavra, se dificilmente fazemos experiência da mesma?
Do capítulo 5, do livro Imitação de Cristo, extraímos o seguinte: “Os homens passam, mas a verdade do Senhor permanece eternamente (Sl 116,2). De vários modos nos fala Deus, sem acepção de pessoa. A nossa curiosidade nos embaraça, muitas vezes, na leitura das Escrituras; porque queremos compreender e discutir o que se devia passar singelamente. Se queres tirar proveito, lê com humildade, simplicidade e fé, sem cuidar jamais do renome de letrado. Pergunta de boa vontade e ouve calado as palavras dos santos; nem te desagradem as sentenças dos velhos, porque eles não falam sem razão.”
Concluo tal meditação, afirmando que a Palavra de Deus é luz que se opõe a escuridão do mundo caótico e sem Deus, que temos hoje. Na nossa vida cristã, é esta luz que nos deve impulsionar a sempre trilhar o caminho do Pai. Assim como “sem o Verbo nada foi feito” como nos assegura o evangelista João, da mesma forma, sem a Palavra de Deus presente constantemente em nosso viver não é feita nossa vocação de filhos de Deus, pois o bom filho ouve e atende a voz de seu pai.
Que a Virgem Maria, Mãe e Mestra, mulher acolhedora da Palavra, nos ensine sempre mais com seu exemplo sobre as Escrituras Sagradas. Ela que guardava todas as palavras em seu coração, interceda por nós, para que não cessemos de meditar a Palavra da Vida por todo o sempre, pois, como nos diz o livro do Eclesiástico 3, 29: “ O coração prudente medita a Palavra”. Eis um grande convite para nós”!
                                                      (Texto escrito por: Diego Guimarães).


Maria: Mãe da Igreja!



 A Virgem de Nazaré é aquela que tornou-se por graça de Deus e obra do Espírito Santo, mãe do Salvador.  A Igreja, em sua infinita sabedoria, enfatiza em seus louvores a vida e o ser de Maria em relação a Jesus e a todo o povo de Deus. Para ressaltar tamanha dignidade desta mulher que permaneceu sempre imaculada e fiel ao projeto benevolente do Pai, a Igreja ressalta as suas preciosas virtudes e a tem como Mãe e Rainha, ícone de fé, modelo de santidade, porta do céu.
A Igreja, a reconhece como aquela que disse “Fiat” ao plano de salvação do mundo, executado por Cristo no mistério da paixão, morte e ressurreição. Deus Pai a preservou da culpa do pecado original como assim cremos, sendo o dogma de sua Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX. Ela é co-redentora e foi enriquecida de graças e bênçãos desde à sua concepção.
Prefigurada pelas mulheres do Antigo Testamento, e como símbolo da nova Aliança, Maria é a nova Eva, assim como Jesus é o novo Adão. Por Maria, ao contrário de Eva, na plenitude dos tempos a humanidade imatura em virtude da “obdiência de fé” de Maria, ganhou a vida plena e obteve a remissão dos pecados no episódio da árvore da cruz.
Na história da vida humana de Cristo, ela tem um papel fundamental. Seu “sim generoso” sela a encarnação do Verbo Eterno e com sua aceitação aos desígnios do Pai, ela demonstra que é possível uma pessoa fazer de seu viver um “templo e sacrário da Santíssima Trindade”.”Miryam” é a mulher que acreditou no poder e intervenção do Espírito Santo, e encontrou graça para que a humanidade a proclamasse “Bem-aventurada”.
A Virgem Santa, é exemplo de filha, mulher, mãe. Sendo filha de pais fiéis a Deus, foi educada na fé, tendo como fruto a abertura de coração para o entendimento do mistério de Deus e de suas obras. Eleita desde todo o sempre,  é ela a mulher de ventre puro que conceberia e daria à luz a um Filho, cujo nome seria Emanuel, como outrora fora profetizado. Como mulher, engajou-se no seu meio social a prestar atenção aos anseios e necessidades dos demais, servindo ao próximo de coração. Mesmo esta sendo a “bendita entre todas as mulheres da Terra”, se colocou como a “serva do Senhor”. Como mãe, ela foi responsável formação moral e religiosa de Jesus, em seu tempo. Tomou conta do lar, e ensinou ao Cristo os primeiros passos e o acompanhou até sua caminhada rumo ao Calvário. Foi mãe de compaixão e de ternura até a morte de seu Filho. Nossa Senhora recebeu da Igreja, o título de “Mãe de Deus”, ela é a ‘Teótokos”, e ainda do alto da cruz, Jesus a entrega como mãe de todo o Povo de Deus.
Maria humana, gente, pessoa, que tendo todas as dificuldades, soube dizer sempre “sim” a Deus. Eis pois, é tida como “modelo e tipo da Igreja”, justamente por estar sempre unida ao mistério do Cristo na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Jesus. A constituição dogmática, do Concílio Vaticano II, Lúmem Gentium, no número 65 coloca para todos nós, povo santo, as virtudes marianas como proposta a serem imitadas.
Como “Mater Eclesiae”, a Igreja a reconhece como mãe, da mesma forma que aprende dela a ser como uma mãe para os fiéis. A Igreja procura assemelhar-se a Maria, para servir com maior amor  e disponibilidade ao Mestre, buscando nela, “ a mais autêntica forma da perfeita imitação de Cristo”, como afirma o Concílio Vaticano II.Por isso, reconhecer seu testemunho de vida e de fé, é dar destaque aos méritos de Cristo.
A “cheia de graça” conviveu com o parto, sentiu as dores do sofrimento e morte do Filho de Deus e foi contemplada pela alegria de testemunhar a ressurreição de Cristo, e para maior glorificação foi “assunta ao céu”, e como a firma o parágrafo 966, da Lumen Gentium, “ a assunção de Maria é uma participação singular na Ressurreição de Jesus e uma antecipação da ressurreição de nós cristãos.”. A carta encíclica Redentoris Mater, por meio do Magistério da Igreja sublinha que “a mãe de Deus é a realização escatológica da Igreja”.
Enfim, muito há o que se meditar e conhecer sobre a figura da Virgem Imaculada. Nela Deus quis morar, nela cumpriu-se a Palavra de Deus que os profetas anunciaram do Cristo. Ela é a “estrela da manhã”, o refúgio dos cristãos, a sede da sabedoria e amparo dos homens. Invocada sob diversos títulos pela Igreja e devoção popular, temos muito a conhecer deste “espelho de justiça”, e subir aos céus por meio desta escada luminosa do amor. Que possamos hoje e sempre, aprender muito mais na “escola de Maria”, a fim de melhor servir o Cristo Jesus.
 E por que amamos a Maria? Por que conhecendo este paradigma de vida, aprendemos a servir e amar melhor a Deus. Que a Virgem nos eduque na fé e que nossa vida seja sempre um eterno e constante “Magnificat”. Que a rainha da Paz, conceda-nos o “shalom” eterno que tanto buscamos. Virgem Aparecida, “ora pro nobis”.
                                                                (Texto escrito por: Diego Guimarães)