segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A IGREJA É VIVA, A IGREJA É JOVEM!

         

 “…a Igreja é jovem. Ela leva em si o futuro do mundo e por isso mostra também a cada um de nós o caminho para o futuro. A Igreja é viva e nós vemo-lo: experimentamos a alegria que o Ressuscitado prometeu aos seus. A Igreja é viva ela é viva, porque Cristo é vivo, porque verdadeiramente ele ressuscitou.” (Bento XVI)

Nos últimos dias, a nossa estimada Arquidiocese de Aracaju vivenciou momentos fortes de espiritualidade e renovação da fé.  Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) peregrinaram em solo sergipano.  Certamente, estes dias foram oportunos para que estivéssemos mais “enraízados e edificados em Cristo, firmes na fé”. Que dádiva em meio às festividades de nosso Jubileu Arquidiocesano!  Nossa Igreja Particular centenária esteve mais jovial!  Afinal, nossa juventude marcou presença e semeou a esperança de um mundo melhor, favorecido pela mensagem contida na significação da cruz para os cristãos. Fomos embalados pela emoção de ver os símbolos da JMJ passarem em nosso meio. Muitos acorriam ao seu encontro, queriam ver e tocar com as próprias mãos, reavivar a fé católica ou até mesmo para os privilegiados, ajudar a carregá-los. Ou para alguns, somente tirar uma fotografia como lembrança de um acontecimento espetaculoso. Quanta façanha! Quanta ação divina em meio à nossa juventude!

Mas, o motivo para qual escrevo é outro. Visa refletir sobre algumas realidades críticas e que vale a pena mencionar. A expressão de Bento XVI:  “A IGREJA É VIVA, A IGREJA É JOVEM!” nunca foi tão proclamada como em Aracaju, até virou slogam de divulgação do evento, chegando a tornar-se como um bordão na boca de muitos, como se fosse a única coisa que soubessem falar sobre a importância dos símbolos da JMJ. Assim vimos e ouvimos nas redes sociais, no discurso dos organizadores e apresentadores do evento, nas entrevistas concedidas nas rádios e TV. A rica expressão tomou outra finalidade, “carta na manga” para explanar o significado da peregrinação dos ícones. O que tornou-se algo enjoativo, medonho, sem conteúdo, sem novidade...desejoso de embasamento em seu pleno significado da JMJ.

 E quando ninguém mais conseguia ouvir os brados de que “A IGREJA É VIVA, A IGREJA É JOVEM”, eis que surge “A IGREJA É VIVA, A IGREJA É JOVEM, MAS É DESORGANIZADA!” em protesto à falta de uma precisa articulação dos que tomaram frente da organização do evento. Somente para recordar a carta aberta publicada em redes sociais, onde jovens da paróquia do Santos Dumont foram convocados a se prepararem para ver os símbolos passarem em seu território paroquial, porém, ficaram surpresos com a mudança repetina da programação. Seria mais interessante que os símbolos passassem pela Zona Sul de Aracaju! Gratidão é a expressão precisa aos que se dispuseram e empenharam-se por amor à causa. O setor Juventude de nossa arquidiocese está de parabéns pela disponibilidade em servir. Mas é preciso aprender com Jesus, que organizou a multidão no episódio da multiplicação dos pães, de tal forma que, todos ficaram satisfeitos. Caso contrário, não combina somente aparecer! Para mais, decidiu-se copiar a idéia da nomenclatura do evento realizado em São Paulo, cujo nome mais parece um slogam de campanha política: BOTE FÉ! Esvaziando a denotação da fé para os cristãos, apesar das justificativas para este emblema ser as melhores possíveis. Faltou identidade cultural, personalidade, criatividade! Exemplos favoráveis estiveram bem próximos de nós, a Diocese de Propriá denominou o evento de acolhida dos símbolos como: “Aproximai-vos do Senhor!”. Já a Diocese de Estância como “No peito eu levo uma Cruz”. (É mais aplausível!) Para maior decepção, ouve quem se atreveu a cantar no palco do evento, a música que tem esta expressão como refrão, com a letra em mãos. A bela composição do padre Zezinho é um clássico de nossa Igreja no Brasil, ou seja, bem cantada e ouvida há anos, não precisava colar.
 Enquanto isso, operadores tentavam consertar o trio elétrico que conduziria outros músicos que iriam animar a caminhada com os símbolos pelas principiais avenidas da cidade. Nas inúmeras tentativas frustradas, estes trabalhadores foram vistos a chorar! Que forte experiência com o amor de Deus! Não esqueceremos cenas fascinantes desta experiência fantástica, como a de um sacerdote que não mediu esforços, se dispondo a atender confissões, exercendo seu verdadeiro papel de conduzir o homem ao Pai. Assim como este, temos tantos outros frutos colhidos, que ficaram ocultos aos olhos do homem, mas acolhidos pelo coração de Deus! 


Embora, alguns por menores viessem a acontecer, o encanto favorecido pelo evento não deixou de existir. O ato histórico da passagem dos símbolos da JMJ em terras sergipanas deixará profundas marcas! Vimos o retrato de uma gente que tem fé, e ao mesmo tempo expõe a verdadeira sede que tem de Deus. Não há dúvida, a fé do Povo de Deus fora reavivada! Em especial, a juventude “bombou” numa escandalosa oportunidade para expressar o orgulho em pertencer à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Todos a cantar, a bendizer, a louvar, a adorar o Senhor que passou pela cruz...com preces ou palavras de agradecimentos, a uma só voz e um só coração, em uma mesma fé.  Só nos resta engrandecer ao Senhor como fizera a Virgem Maria. Que a nossa vida seja uma eterno Magnificat! Grupos de Jovens das mais variadas paróquias de nossa Arquidiocese se fizeram presentes, todos por acreditarem que a Cruz de Cristo é o nosso sinal de Salvação. Ah, vale ressaltar que os mesmos estavam reunidos em torno do Pastor! Nosso arcebispo Dom José Palmeira Lessa não mediu esforços para se fazer presente em meio à juventude, se fazendo um com todos.

Dom Lessa deu um show à parte, esbanjou jovialidade por onde os símbolos traçavam o percurso programado nos vicariatos da arquidiocese. Desde a acolhida da Cruz e do Ícone Mariano na cidade de São Domingos até a entronização na Catedral Metropolitana, vimos o empenho de um bispo que, embora limitado pela idade e bastante atarefado, ousou a se fazer presente em todos os momentos. Seja com uma palavra, um discurso preparado ou simplesmente expressando sua juventude ao acompanhar os símbolos herdados do saudoso papa João Paulo II e agora é continuado pelo papa Bento XVI. Quanta surpresa! Esperava-se a figura do eloquente Dom Henrique, conhecido pela sua capacidade peculiar em proferir belos discursos e esbanjar carisma com a juventude por ser um bispo jovem. Mas este estava em recesso, aproveitando para estar com a família. Contudo, nosso amado Dom Lessa não se deteve às suas impossibilidades, não mediu esforços para se fazer presente em meio à juventude.  Quanta beleza!  Agora sim, vale esplanar: “A IGREJA É VIVA, A IGREJA É JOVEM!”. O sorriso avistado no semblante de nosso pastor era notável, sua participação na peregrinação dos símbolos da JMJ em nossa arquidiocese era confundida com a de centenas de jovens que também vieram se fazer presente. O arcebispo que nos últimos tempos, tanto contribuiu para o progresso de nossa Igreja com inúmeros trabalhos, nem parecia que estava prestes a completar seus setenta anos de idade, sua juventude era confundida com a de outros jovens de quinze, vinte ou trinta anos. Nem pareceu que a saúde debilitada, impediu de prestigiar tal momento. Certamente, outros virão. Estaremos juntos na JMJ RIO 2013! Unidos como Igreja de Cristo, guiados pelo nosso pastor Dom Lessa. Iremos ao encontro do Vigário de Cristo na terra, Bento XVI. Não por que será sua última viagem continental, como fora convocado como motivo para a participação na jornada, tampouco para realizar um turismo religioso ao invés de peregrinar, como nos parece nos testemunhos de muitos que foram para a JMJ em Madrid ano passado. Mas para expressar a fé universal contida em nossa Igreja. Para ser uma experiência única de aprofundamento da fé e de aproximação a Jesus Cristo, com a oração e os sacramentos, juntamente com milhares de jovens que partilham as mesmas inquietações e aspirações em torno do Papa, sinal de unidade dos cristãos católicos.


Nossa juventude está de parabéns pela frutuosa participação na acolhida dos símbolos da JMJ em nossa arquidiocese. Foi exposto para muitos de nossa saciedade que insiste em banir a religião, o rosto jovem de nossa Igreja, e ao contrário do que muitos pensam e acreditam, ainda há jovens que sentem orgulho de serem de Deus. Que constantemente fazem a experiência com o Cristo Vivo e Ressuscitado que passou pela Cruz, nos proporcionando o shalom eterno do Pai, a verdadeira felicidade, que jamais passa e nos faz participar de uma festa que nunca se acaba, que é o banquete da Vida. Que aprendamos da Virgem Maria representada no ícone da JMJ, a estar sempre de pé diante da Cruz. Vale ressaltar que a Cruz da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora foram entregues pelo Papa João Paulo II à juventude para serem levados ao mundo inteiro como sinal da presença de Jesus e de Maria junto aos jovens. Desde então, já peregrinaram por todos os continentes. E agora está no Brasil, quando este se prepara para a próxima Jornada Mundial da Juventude em 2013, na cidade do Rio de Janeiro. Estaremos juntos em mais esta experiência com o amor de Deus, em comunhão com a Igreja Viva e Jovem!